há um lugar esquálido, que é só meu – por dias, antes de ser de mais alguém – e hoje benzo-o de lágrimas. um dia também tive um deus, que era só meu, antes de ser eu demais, e ele esfaqueou-me de todas as vezes que não chorei. do sangue fiz oceanos e quando encontraram o corpo não havia rosto nem linhas na palma da mão mas encontraram-te no coração. dizem que os mortos vivem de memórias e do que rebentou deles. embalo a tristeza junto ao peito, numa terna devoção às crias.
No comments:
Post a Comment