um arrepio rasga-me a coluna
uma duas três vezes punho na porta parede peito
meu amor que chora sobre a loucura e a desgraça.
pergunto-me se ele vê as sombras no meu ventre ou o sangue sob as minhas unhas
se tem medo de recolher a minha alma dos escombros.
peito parede porta três dois um e o sol queima-me a córnea
- acho que tens aquela doença interminável, ele diz.
deve já ter morrido o dia e ainda estou nua e quero gritar que não é o que parece
que não me deitei com os mortos outra vez.
passos ressoam na distância encurtada mas não me toca
- acho até que me pegas a doença.
meu amor, na noite contei as estrelas e resides na décima terceira
endereço-te esta carta mas ainda não me falaste sobre a cura.
um arrepio rasga-me o peito, por onde evaporamos.
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